Imóveis comerciais têm valorização de 16,45% em 2010

O retorno de capital dos imóveis comerciais no ano de 2010 foi da ordem de 16,45%, segundo levantamento da BM&FBovespa e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que lançaram nesta sexta-feira o primeiro indicador de rentabilidade para o setor imobiliário brasileiro – o Índice Geral do Mercado Imobiliário Comercial (IGMI-C). Assim, quem adquiriu ou construiu um imóvel no final de 2009 e o vendeu após 12 meses teve essa rentabilidade sobre o investido. Os valores são nominais, sem o desconto da inflação.

No mesmo período, os imóveis comerciais tiveram um retorno de renda (quanto o proprietário lucraria com, por exemplo, aluguel e administração do condomínio) para os seus proprietários da ordem de 15,2%. O retorno total, contabilizando a valorização do capital e a renda, foi de 33,5% no ano passado. O valor foi quase três vezes a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período, que fechou 2010 com taxa acumulada de 5,91%, a mais forte elevação para este indicador desde 2004, quando subiu 7,6%.

O novo índice conta com uma série histórica que abrange os últimos 11 anos, desde o início de 2000. Nesse período, a variação do retorno de capital foi da ordem de 179,6% e a de renda de 170,6%. De acordo com Paulo Pichetti, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da FGV, o índice representa o início de uma série para responder perguntas ao longo do tempo. Sobre a possibilidade de o mercado viver uma bolha neste momento, ele disse que é impossível prever. “Isso só será possível a partir do momento que tivermos a primeira”, afirmou.

O IGMI-C é calculado com base em informações de investidores institucionais e empresas ligadas ao setor imobiliário, como entidades de classe, consultores, administradores, carteiras imobiliárias e incorporadores, entre outros. No último trimestre do ano passado, a amostra contou com 190 imóveis divididos entre escritórios, shopping centers, estabelecimentos comerciais, hotéis, imóveis industriais e de logística, entre outros.

Do total, cerca de 50% são escritórios comerciais e 25% shopping centers. A maior concentração está em São Paulo (37%) e Rio de Janeiro (26%). A ideia é que o indicador se torne uma referência de rentabilidade de imóveis comerciais, contribuindo para a transparência em relação à formação dos preços de compra, venda e locação. A divulgação será trimestral e o primeiro levantamento de 2011 será conhecido no mês de abril.

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