Medida para reduzir envio de spam no Brasil entra em fase final

Porta 25 será fechada a partir de dezembro; usuário deve usar a 587. País é o quarto maior em envio de mensagens indesejadas.

O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) anunciou nesta quarta-feira (24) o lançamento da última etapa da campanha para diminuir número de spams enviados por redes brasileiras, a Gerência da Porta 25 – nome dado ao conjunto de políticas e tecnologias para implantar um sistema de redução de spams originados em redes domésticas do país. A partir de dezembro, os e-mails não serão mais enviados pela porta.
A ação das empresas de internet é fazer com que as mensagens de e-mails de seus usuários passem pela porta 25, o que reduz o envio de spam. O Brasil é o quarto país com o maior número de infecções, perdendo apenas para Índia, Vietnã e Paquistão. Os spammers internacionais usam as máquinas brasileiras conectadas à banda larga para enviar spam.
As medidas da Gerência da porta 25 foram anunciados pelo CGI.br em novembro de 2011.
Eduardo Levy, representante dos provedores de infraestrutura de telecomunicações no CGI.br e diretor executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), observa que combater o abuso de redes brasileiras para envio de spam melhora a capacidade das empresas locais em prover acesso à internet no Brasil. “Combater o spam enviado significa melhorar o serviço prestado”, comenta. “O acordo permitirá ainda uma melhora para o consumidor final, tanto no uso de recursos do computador, quanto nas condições de utilização da rede”.
A proposta para resolver o problema é fechar a porta 25 dos e-mails, usando uma outra porta, a 587, permitindo que os spams sejam bloqueados pelos provedores. A porta 25, usada para enviar spam por programas maliciosos, no entanto, deve ser bloqueada pelos servidores para a medida ser eficaz. Mesmo com o usuário utilizando a porta 587, por exemplo, mas com a 25 aberta, o spam continuará sendo enviado.
Somente usuários que utilizam programas leitores de e-mails (Outlook, Thunderbird, entre outros) em redes residenciais precisam fazer uma pequena alteração na configuração desse software: trocar a porta de envio de mensagens de “25” para “587”. Essa alteração é necessária para que o usuário continue a enviar e-mails normalmente.
Usuários que leem e enviam e-mails no sítio do seu provedor (via webmail) não precisam trocar nenhuma configuração.
Eduardo Parajo, diretor presidente do conselho consultivo superior da Associação Brasileira de Internet (Abranet), lembra que a maior parte dos provedores já fez a mudança da porta. “O trabalho que fizemos em 2011 foi desde o esclarecimento da importância da implantação das mudanças até fornecer orientações técnicas. Com isso, hoje temos cerca de 90% dos provedores já adaptados”.
Historicamente, tanto a troca de mensagens entre servidores de e-mail quanto a submissão de e-mails de clientes para o seu provedor sempre foram feitas pela porta 25. Essa característica é usada por spammers, que usam computadores de todo o mundo se fazendo passar por servidores de e-mail.
Com a troca da configuração do programa cliente de e-mails para a porta 587, as redes que fornecem acesso residencial podem impedir conexões com destino à porta 25, cessando o abuso sem afetar o consumidor. Já a troca de mensagens entre servidores continua ocorrendo na porta 25.

fonte g1.globo.com/tecnologia.

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